Quem diria, hein? E como explicar que a bebida amarga, quente, ingerida muitas vezes em pleno verão consiga reunir um bando de gente na conhecida roda do chimarrão e, de quebra, possa se tornar patrimônio imaterial da humanidade? A explicação talvez esteja na força do ritual, transmitido de pai pra filho e que tem por mérito reunir e agregar. Aliás, esse ritual primitivo indígena, cantado tantas vezes em prosa, verso, letra e música, foi muito bem explicado e de forma muito poética pelo escritor e historiador Barbosa Lessa, em Histórias para Sorrir. Então toma aí um chimarrão...

'Dos velhos tempos de ontem,
chegando até hoje e aqui,
há um costume quotidiano
-herdado do guarani -
que acompanha o homem adulto
des'que não é mais guri.
Era um chá que, antigamente,
o índio chamava de caa-í.
Era um chachimbo da paz
rodeando daqui para ali.
Ainda hoje é confidente
de quem conversa pra si.
É a bebida mais saudável
que até hoje eu conheci:
mata a sede, senta a bóia,
com ela a alma sorri,
é calmante, estomacal,
e ajuda a fazer xixi.
(...)
Um comentário:
Mas bah!!Essa eu não sabia guria!!Que legal que o nosso bom e velho chima vai virar patrimônio imaterial da humanidade!!
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