sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Do grafite à Poesia
Graffiti
Même si vous ne
le voyez pas d'un
beau oeil
le paysage n'est
pas laid
c'est votre oeil
qui
peut-être est mauvais.
(PRÉVERT, OC.I, Grand Bal du Printemps, 1992)
Grafite
Mesmo que você não
veja com
bons olhos
A paisagem não é
feia
É seu olho
que
talvez esteja ruim.
O grafite e a poesia têm algo em comum? Sim, o intencional desejo de comunicar com liberdade sua visão de mundo. O grafite, acho, foi o tema que Prévert usou pra dizer que assim como a liberdade de expressar-se pela imagem a de expressar-se pela palavra para o poeta é fundamental no universo de criação e que o fato de não olharmos com bons olhos não significa que não encerrem ali toda a beleza na imagem-poesia. Vida longa então aos grafiteiros e poetas que interferem na paisagem e pintam e bordam e recriam o universo com suas imagens-palavras.
terça-feira, 17 de novembro de 2009
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Da muralha da china ao muro de berlim
Nenhuma construção humana é visível a olho nu da Lua, nem mesmo a Muralha da China, muito embora a magnitude da construção. O muro de Berlim tampouco se prestaria a tal façanha, mas uma coisa é certa, cada vez que muros como esses caem há motivo pra muita festa. Não sem razão, a queda do muro de Berlim significou algo muito maior, não só a queda de barreiras que dividiam socialistas e capitalistas, mas a reunião de famílias que haviam sido separadas, como uma vez relatou uma professora de alemão. E ainda que decorridos vinte anos do fato, há lugar para muita celebração e visibilidade no mundo inteiro, mesmo que a vitória seja a do capitalismo.
Visíveis ou não, os muros existem e por toda parte. No Brasil e no mundo, a gente poderia citar vários: sociais, raciais, econômicos, religiosos, sexistas, enfim são muitos e não param de se multiplicar.
Mas o incrível ou nem tanto nessa história é a imensa capacidade humana para criar essas divisórias gigantescas, ainda que invisíveis. E para justificar sua existência não faltam razões e, pior, todas muito bem fundamentadas em sólidos pilares: os da ignorância, intolerância, arrogância e vaidade.
O certo é que os muros tem muito mais a dizer sobre nós mesmos do que a gente possa imaginar. Arrisco um palpite: se outras civilizações planetárias viessem dar um 'rolê' por aqui, perplexos indagariam: seriam humanos os habitantes deste planeta?
domingo, 8 de novembro de 2009
Os Últimos Gigantes
« Au cours d’une promenade sur les docks, Archibald Leopold Ruthmore acheta l’objet qui devait à jamais transformer sa vie : une énorme dent couverte de gravures étranges. »
Durante um passeio ao longo do cais, Archibal Leopold Ruthmore compra um objeto que mudaria sua vida para sempre: um enorme dente esculpido com gravuras estranhas.
E assim começa o texto de François Place, encenado pela Companhia de Teatro Détours no Auditório Barbosa Lessa. Esse conto de gente grande fala da história de uma expedição, de uma viagem, feita de sonho, de tinta, de partida e de loucura.
O espetáculo poderia ser comparado a própria história do mundo, do homem, naquilo que possui de mais belo, de mais insano, de mais fraternal, mas também de mais terrível, a história do encontro com o outro e do que é feito disso.
Mas do espetáculo o que mais impressiona não é somente a fábula pra gente de toda idade, mas a forma genial como a Companhia de Teatro Détours da França nos apresenta esse texto, onde a música e a narração interagem o tempo todo, levando o público a sentir as mesmas alegrias, incertezas, dúvidas, tristezas e perplexidades vividas por Archibal, o personagem cuja trajetória obstinada rumo à terra dos gigantes, nos remete invariavelmente à reflexão sobre a triste história da humanidade e sobre o mal que muitas vezes fazemos uns aos outros, mesmo que por vezes de forma involuntária.
sábado, 2 de maio de 2009
Prepare a erva...
e comece a cantar pois o chimarrão tá pra virar patrimônio imaterial da humanidade. Isso mesmo, deu no jornal. Um projeto que será encaminhado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), sob o título 'O Patrimônio Imaterial do Chimarrão: o Chá da Amizade' , está sendo executado pela organização não-governamental (ONG) Núcleo Cultural de Venâncio Aires, presidida pelo médico Flávio Luiz Seibt.
Quem diria, hein? E como explicar que a bebida amarga, quente, ingerida muitas vezes em pleno verão consiga reunir um bando de gente na conhecida roda do chimarrão e, de quebra, possa se tornar patrimônio imaterial da humanidade? A explicação talvez esteja na força do ritual, transmitido de pai pra filho e que tem por mérito reunir e agregar. Aliás, esse ritual primitivo indígena, cantado tantas vezes em prosa, verso, letra e música, foi muito bem explicado e de forma muito poética pelo escritor e historiador Barbosa Lessa, em Histórias para Sorrir. Então toma aí um chimarrão...
'Dos velhos tempos de ontem,
chegando até hoje e aqui,
há um costume quotidiano
-herdado do guarani -
que acompanha o homem adulto
des'que não é mais guri.
Era um chá que, antigamente,
o índio chamava de caa-í.
Era um chachimbo da paz
rodeando daqui para ali.
Ainda hoje é confidente
de quem conversa pra si.
É a bebida mais saudável
que até hoje eu conheci:
mata a sede, senta a bóia,
com ela a alma sorri,
é calmante, estomacal,
e ajuda a fazer xixi.
(...)
Quem diria, hein? E como explicar que a bebida amarga, quente, ingerida muitas vezes em pleno verão consiga reunir um bando de gente na conhecida roda do chimarrão e, de quebra, possa se tornar patrimônio imaterial da humanidade? A explicação talvez esteja na força do ritual, transmitido de pai pra filho e que tem por mérito reunir e agregar. Aliás, esse ritual primitivo indígena, cantado tantas vezes em prosa, verso, letra e música, foi muito bem explicado e de forma muito poética pelo escritor e historiador Barbosa Lessa, em Histórias para Sorrir. Então toma aí um chimarrão...
'Dos velhos tempos de ontem,
chegando até hoje e aqui,
há um costume quotidiano
-herdado do guarani -
que acompanha o homem adulto
des'que não é mais guri.
Era um chá que, antigamente,
o índio chamava de caa-í.
Era um chachimbo da paz
rodeando daqui para ali.
Ainda hoje é confidente
de quem conversa pra si.
É a bebida mais saudável
que até hoje eu conheci:
mata a sede, senta a bóia,
com ela a alma sorri,
é calmante, estomacal,
e ajuda a fazer xixi.
(...)
terça-feira, 28 de abril de 2009
Aleluia !!
Ufa !!! Do som intermitente de uma mãe inconformada batendo panela o dia todo como forma de protesto pra ter de volta o filho (isso bem debaixo da janela de onde trabalho), até a cena insólita de um carro emborcado escada abaixo em um viaduto no centro da cidade, provocando engarrafamento, buzinação e ranger de dentes, dá bem pra dizer que a semana que passou teve de tudo um pouco. Ainda bem que pra compensar a gente vê e escuta coisas bacanas como essas que circulam no youtube, um grupo muito afinado que reproduz com inigualável perfeição sons vocais e os mais variados instrumentos, num 'a capella' que dá gosto de ouvir, o grupo se chama The Voca People e eles cantam muito e de tudo, vale a pena conferir:
sexta-feira, 17 de abril de 2009
sábado, 11 de abril de 2009
Se nossa missão é aprender e ensinar ...
O vídeo aí de cima cumpre bem esse papel. Ele faz parte de um documentário premiado, chamado "Playing For Change: Peace Through Music", de Mark Johnson e Jonathan Walls. O trailer é da música de B.B. King "Stand by Me", interpretada por músicos de diferentes partes do planeta. O objetivo desse movimento multimídia é inspirar, conectar e trazer paz ao mundo por meio da música e parece que a iniciativa rendeu frutos pois a fundação ajudou a construir e manter uma escola de música no vilarejo de Gugulethu e um centro de artes em Johannesburgo, na África, gerando assim oportunidades de crescimento e educação para os jovens das comunidades. Eles também mantém centros para refugiados tibetanos na Índia e no Nepal. Quer conhecer melhor a iniciativa? Dá uma espiada no link: http://playingforchange.com/.
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